Que problema você está resolvendo?

Professor Vicente Falconi é uma pessoa respeitadíssima, autor de diversos livros sobre sistemas de gestão da qualidade, fundador do INDG (atual Falconi Consultores Associados) e consultor das maiores empresas e organizações nos setores público e privado. Por isso mesmo, muito longe de mim querer diminuí-lo. Mas sempre brinco que ele ficou rico repetindo sempre a mesma coisa: “qual é o problema que você vai resolver com isso?”.

Ora, eu não o conheço pessoalmente e não posso afirmar que ele de fato faça essa pergunta com essas exatas palavras. Nem mesmo que ele repita isso além das entrevistas que já vi. Mas de qualquer forma, resolvi no ano passado que ia seguir seu exemplo. E passei a perguntar de forma consistente e repetida a mesma pergunta: “qual problema você resolve com isso?”. O resultado foi surpreendente para mim.

Passei a deixar que as pessoas explicassem suas ideias, iniciativas, projetos, etc. Empreendedores, líderes de grandes e pequenas empresas e estudantes universitários com quem tive a oportunidade de conversar na grande maioria das vezes ficam extremamente exaltados ao comunicar suas futuras revoluções. Isso é extremamente saudável e longe de mim querer brecar o entusiasmo das pessoas. Mas ao serem deparados com essa simples pergunta, a grande maioria dessas pessoas ficam mudas, adotam um semblante reflexivo ou mesmo de uma dúvida profunda que diz: “você não ouviu nada do que eu falei?”. E aí vem alguma variação da seguinte frase: “como assim?”.

ImageBem, como assim que todo empreendendor, ou intrapreendedor[1], deve sempre se perguntar qual problema ele está resolvendo. Isso porque quando se propõe essa pergunta, necessariamente precisamos refletir que buraco ainda existe no mercado atual que a sua ideia vai fechar. Pense por exemplo no mercado de vendas online. Que necessidade ainda não é atendida por Amazon, Submarino, Lojas Americanas, OLX, Ebay, Netshoes e tantas outras? Identificar uma necessidade não atendida é parte do caminho do sucesso. Vejam o caso da Wine.com.br, por exemplo. Eles acharam um buraco que existia no mercado de vendas online e, ao tapa-lo, já são os maiores da América Latina no segmento. Ao não se perguntar “que problema eu estou resolvendo?”, corre-se o risco de se investir muito numa ideia que vai dar de cara pra um muro longo e alto de ofertas concorrentes – e sem um buraquinho que permita sua entrada no mercado.

Essa pergunta pode ser usada para diferentes contextos e sempre vem associada de uma outra, que vai ficar para um próximo post. Por enquanto, reflita: como você faria essa pergunta para questionar a ideia que você está considerando no momento? Quem sabe ao responde-la você não chegue mais perto de entender o motivo do professor Falconi – e seus clientes – serem tão bem sucedidos?


[1] Aquele que busca empreender dentro de uma empresa através de uma nova iniciativa, atividade ou produto.

3 Respostas to “Que problema você está resolvendo?”

  1. Bernardo Medeiros Says:

    Excelente post Marcelo.
    Deixo aqui a sugestão da inclusão da possibilidade de compartilhar seus posts no Twitter/Facebook direto no post.
    Posso te ajudar a resolver esse problema se quiser 😉

    Abraço

    • Marcelo Says:

      Obrigado pela visita e pelo “excelente”, Bernardo! 🙂
      Agradeço muito a oferta e aceito! Como proceder?

      Um abraço!

  2. E isso é um problema para quem? | innovation tool Says:

    […] 7 de Junho, no primeiro post da renovação do blog, exaltei o poder de uma simples pergunta: “que problema você está resolvendo? ”. Ao final deste post, mencionei que havia uma segunda pergunta que deve ser associada para […]


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